Treinador da seleção não gosta das declarações do secretário-geral da Fifa: 'Um cara que nunca entrou em campo e não dá um chute'
- É só ele jogar. Se ele jogar e testar a bola, vai ter uma opinião diferente. Agora, um cara que nunca entrou em campo, não dá um chute na bola, não sabe do gramado, só sabe falar. Tem que jogar. Se ele jogar, depois a gente vai conversar. Manda vir aqui em um treino com todos vocês, e vamos botar a bola para ele dominar - disse Dunga.
Jérôme Valcke afirmou também que a bola já está sendo utilizada há um mês por várias seleções e jogadores de todo o mundo. E que as reclamações se concentraram na seleção brasileira. Durante a entrevista coletiva, Dunga lembrou que outras seleções também já questionaram a qualidade da bola.
- Não foi só o Brasil que reclamou. Foram todos os jogadores acostumados a disputar campeonatos europeus, sul-americanos, mundiais. Não é só o Brasil. Mas está aí, não tem o que fazer. Tem que se adaptar mesmo – disse Dunga.
Adjetivos não faltam para a Jabulani, a bola oficial da Copa do Mundo da África do Sul. Só na seleção brasileira, ela já foi classificada como “sobrenatural”, “jaburu”, “de supermercado”, “horrorosa” e “patricinha”. Julio Cesar, Robinho, Felipe Melo e Luis Fabiano reclamaram bastante. Em outras seleções pelo mundo, a chiadeira também foi grande com os goleiros Iker Casillas, da Espanha, Cláudio Bravo, do Chile, Buffon, da Itália, David James, da Inglaterra, e Fernando Muslera, do Uruguai. O técnico da Dinamarca, Morten Olsen, também entrou no time dos insatisfeitos.
As reclamações a respeito da Jabulani surgiram quando os jogadores convocados começaram a usá-la nos treinos para o Mundial. O principal motivo para a reprovação em massa seria a dificuldade de os atletas em campo preverem a direção que a bola toma.
Diante dessas críticas, o doutor Andy Harland, que desenvolveu a bola na Loughborough University's Sports Technology Institute, na Inglaterra, alega que essa reação negativa em cadeia em grande parte se deve ao fato dos jogadores treinarem em situações pouco familiares para a Copa, mais necessariamente em lugares de maior altitude.